quarta-feira, julho 01, 2009

Noites Brancas- Fiódor Dostoiévski

É sempre bom revisitar os livros. Lembro-me que li o Noites Brancas ainda gaiata, versão pequeníssima da Assírio & Alvim, capa azul escura, creio, encontrada lá por casa na "biblioteca" do pai. Lembro-me que quando o li fiquei absolutamente apaixonada, achei o livro muito bonito, muito puro, aquele amor que não pedia nada em troca, aquele homem apaixonado, pronto a fazer tudo pela sua Nástenka de uma forma verdadeiramente desinteressada. Mesmo quando viu a sua amada ser feliz com outro homem só lhe conseguiu desejar bem - "Mas não guardo ressentimento no tocante à Nástenka! Nunca me passaria pela cabeça obscurecer com uma nuvem sombria a tua felicidade serena e límpida, nem, com uma acusação amarga, encher de angústia o teu coração, feri-lo de secretos remorsos e obrigá-lo, no momento da felicidade, a bater com mágoa, (...) Que seja límpido o teu céu, que seja claro e sereno o teu sorriso (...) "

Às vezes era bom amar assim...
É romântico.
É.
E depois?

Há dias voltei a pegar no Noites brancas. Para o ler de uma só assentada. Já não me comovi tanto. Talvez seja porque já não era surpresa ou porque perdi alguma coisa que tinha quando era mais gaiata...talvez ambas, talvez nenhuma.Apesar disso, sempre que leio o parágrafo final o meu coração dá provas de sua existência... e eu...bom...eu… fico um pouco atrapalhada. E logo de seguida, o súbito atrapalhamento é substituído por uma tranquilidade, que julgo que virá do pensamento: ele afinal existe…está cá.

"Meu Deus! Um minuto inteiro de felicidade! Será pouco, mesmo que tenha de dar para toda a vida de um homem?..."

1 comentário:

Ana disse...

Na...
Esse amor perfeito, só em livros!!!
Porque quando ele nos falta não desejamos cá o melhor para essa pessoa..Essa cena do amor é muito rancorosa.
Eu cá penso: "foda-se, foste ter com essa ordinária! Merda pós dois!"

Ou então sou eu que sou uma grande porca...

Agora fiquei confusa! :s